terça-feira, 24 de setembro de 2013

Bendita tecnologia


Na minha infância gostava visitar minha avó paterna. Ela foi uma pessoa muito especial não somente para mim, mas para toda a família. Todos gostavam dela. No fundo de sua casa tinha uma horta que tinha quase tudo em verduras, legumes, temperos e ervas. Era um mundo a ser explorado. E não era só isso. Tinha o sítio, e como era legal brincar com o carro de boi!
Pra quem não conhece, o carro de boi é dotado de um chassi que não possui o diferencial e por isso suas rodas travam ao fazer curvas e emite um som estridente característico, chamado de canto ou lamento que anuncia a sua passagem. Existia até concurso para ver qual carro fazia o maior barulho.
Vivia-se muito bem sem aparelho de TV ou telefone. Havia apenas o rádio e a conversa entre as pessoas. As visitas eram frequentes e tinha a broa de milho com café no lanchinho da tarde. Tudo feito no fogão à lenha é claro. Tinha outro gosto, que infelizmente não consigo descrever; só quem já experimentou sabe do que estou falando.
Pena que esse tempo acabou! Estamos na era da informação, onde acessamos todo o conhecimento da humanidade em segundos através de uns poucos toques no celular. Tem também as redes sociais, onde ficamos online o tempo todo. Pagamos conta, compramos entrada para o cinema, lemos o jornal, enfim resolvemos tudo pelo celular.
Infelizmente vejo algum exagero nisso tudo. Muitas pessoas vão almoçar com os amigos e ao invés valorizar o momento com um bate-papo gostoso, preferem ficar navegando na Web e perdem a oportunidade maravilhosa de compartilhar o momento. Particularmente eu considero essa atitude uma tremenda falta de consideração com os convidados. 

Pronto, está dito!

terça-feira, 17 de setembro de 2013

A cigarra e a formiga

Esse texto é uma adaptação da obra de Jean de La Fontaine.

Era uma vez uma cigarra que vivia saltitando e cantando pelo bosque, sem se preocupar com o futuro. Esbarrando numa formiguinha, que carregava uma folha pesada, perguntou: 
- Ei, formiguinha, para que todo esse trabalho? O verão é para gente aproveitar! 
- Não cigarra, é preciso trabalhar agora para guardar comida para o inverno. 
Entretanto a cigarra continuou se divertindo e passeando por todo o bosque durante o verão. Quando tinha fome, era só pegar uma folha e comer. 
Um belo dia passou perto da rainha do formigueiro que ao vê-la se divertindo falou: 
- Se não mudar de vida, no inverno você há de se arrepender, cigarra! Vai passar fome e frio. 
A cigarra nem ligou, fez uma reverência para rainha e comentou: 
- Hum!! O inverno ainda está longe, querida! 
Para a cigarra, o que importava era aproveitar a vida, e aproveitar o hoje, sem pensar no amanhã.  Para que construir um abrigo? Para que armazenar alimento? Pura perda de tempo. 
Certo dia o inverno chegou, e a cigarra começou a tremer de frio e não tinha o que comer. Desesperada, foi bater na casa da formiga. Abrindo a porta, a formiga viu na sua frente a cigarra quase morta e pergunta o que ela fez durante todo o verão.
"Eu cantei", responde a cigarra. "Então agora, dance", rebate a formiga, deixando-a do lado de fora.
A formiga escolheu o trabalho duro e planejou o seu futuro. Já a cigarra escolheu viver intensamente o presente negligenciando seu futuro. 
Na vida precisamos fazer escolhas sabendo das suas consequências. O ideal é buscar o equilíbrio entre viver o presente sem prejuízo do futuro. A velhice sempre chega cheia de custos (remédios, plano de saúde, etc) e justamente numa época onde a renda diminui. É por esta razão que ela deve ser bem planejada. Atualmente a expectativa de vida do brasileiro está em 76 anos. Uma boa aposentadoria deve ser construída para dar suporte a essa nova fase da vida. Atualmente vivemos muito mais que nossos avós ou pais, e para os que planejaram é o momento de curtir a vida pois além de tempo e dinheiro, ainda se tem saúde de sobra; mas para quem não se planejou. . .

Pronto, está dito!

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Eu escolhi ser feliz


Um amigo me fez a seguinte pergunta essa semana: Você quer ter razão ou ser feliz? 
Disse logo em seguida: Prefiro ser feliz, claro! 
Mas eu não estava tão certo daquilo, simplesmente porque eu adoro estar sempre certo e me sinto bem com isso.
Aquela pergunta bateu tão forte em mim que eu senti o golpe. Talvez seja reflexo da crise dos 40 pela qual estou passando. Sempre achei uma babaquice isso mas agora sei que é verdade. Até propaganda de margarina me faz chorar! Alterno em altos e baixos o meu humor. Sensação horrível de angústia. É uma tristeza que não acaba. Aos 40 anos estamos no meio da jornada e fica impossível não fazer um balanço da vida. Uma procura constante pelo auto-conhecimento, um sentido para a vida. São muitas perguntas sem respostas.
Sabe aquelas horas que dá aquela vontade de dizer: Chega! Quer saber mesmo de uma coisa? Vai tomar no olho do seu **! Pronto, você retoma as rédeas de sua vida, sua auto-estima vai nas alturas. Tem que ter muita paciência para não fazer isso.
O grande problema é para quem dizer isso? Simplesmente eu ainda não descobri.
Meu pai sempre falava: Filho, você deve escolher as guerras que luta!
Pois é, ele tinha razão. 
O fato é que adotei aquela frase e passei a usar para tudo. Qualquer coisa que me irrita eu deleto. E assim vou levando a vida. 
E você, quer ser feliz? 

Pronto, esta dito!